segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um pouco do melhor de Freddie Mercury

Talento, carisma e polêmica são alguns dos elementos que colaboram para que uma banda de rock'n'roll alcance o sucesso. E o Queen mostrou que possuía isso e muito mais. As inovações musicais como a mistura de gêneros como música erudita e rock até as performances acrobáticas e espalhafatosas do vocalista e líder da banda, Freddie Mercury, garantiram o estrondoso sucesso do grupo. Não bastasse tudo isso, o Queen ainda marcou história com seus videoclipes inusitados, muitos por conta de efeitos especias extremamente avançados para a época, outros pelas atuações cômicas dos integrantes, especialmente de Mercury.

Eternizado
O início do Queen se deu em 1968 na cidade de Londres. Lá, no Imperial College, estudavam Brian May e Tim Stafell que resolveram deixar um anúncio no moral da universidade à procura de um baterista para a banda que pretendiam formar. Logo apareceu Roger Taylor para suprir a vaga e assim estava formado o grupo Smile. Em pouco tempo conseguiram um contrato com a gravadora Mercury Records e gravaram uma demo que não caiu nas graças de muita gente.

Faroukh Bulsara, conhecido popularmente como Freddie Mercury, fazia o curso de ilustrações gráficas e foi apresentado ao Smile através de seu amigo Tim Stafell. Este decide abandonar o grupo e Freddie assume seu lugar. Em 1970 o trio já havia alterado o nome de Smile para Queen e seu último integrante, John Deacon, entra na banda. Estava formado mais um nome de peso do rock mundial.


Com Mercury nos vocais, Brian May na guitarra, Roger Taylor na bateria e John Deacon no baixo, o Queen estreou em 1973 com um álbum homônimo. Basicamente composto de hits em hard rock, o primeiro trabalho da banda não teve muita projeção comercial mas serviu para destacar, ainda que timidamente, a banda no cenário musical. Rapidamente é organizada a primeira turnê do grupo, na qual eles abriram shows para a banda Mott The Hoople.

Em 1974 vem o segundo trabalho, com o sugestivo nome de Queen II. A faixa 'Seven Seas of Rhye' é a de maior destaque do disco, que conseguiu ser um dos cinco mais ouvidos na Inglaterra. A nova turnê estava organizada — desta vez eles seriam a atração principal —  mas uma hepatite que acometeu Brian forçou o cancelamento da excursão.

No mesmo ano, em novembro, o álbum Sheer Heart Attack internacionalizou o Queen. A turnê mundial teve sua temporada estendida, tamanho o sucesso do disco. Nele há composições de todos os membros da banda ganhado destaque o single 'Killer Queen', de Freddie. Apesar de todo o sucesso deste terceiro trabalho, foi o disco A Night at the Opera (1975) o grande responsável pela consolidação absoluta do Queen no panteão das grandes bandas de rock. O hard rock ou heavy metal ou qualquer que seja a classificação dada aos discos anteriores da banda é completamente  inútil neste caso, uma vez que A Night at the Opera promoveu uma fusão entre rock e o clássico nunca vista antes, o que tornou este trabalho um marco na história da música.

O singles 'God Save the Queen' — uma espécie de remix do hino inglês — e 'Bohemian Rhapsody' - música da qual o clipe foi referência de inovação na época, devido aos efeitos de sobreposição de rostos e efeitos de luzes —  são constantemente regravados até hoje. Uma curiosidade sobre A Night... é sua capa, idealizada por Freddie Mercury, e que mostra a representação astrológica dos signos dos integrantes do grupo.

Vendendo milhões de discos e com turnês pela Europa e Estados Unidos, o Queen aperfeiçoava não somente o modo de tocar, mas também toda a postura artística no palco, a teatralidade que contava com corais, figurinos extravangantes e bastante encenação para entreter o público e maravilhar a crítica. Lançaram em 1976 um álbum no Japão, A Day at the Races, totalmente produzido pela banda e que teve como single principal 'Somebody to Love'.

News of the World foi lançado em 1977 e apesar de não ser tão bom quanto A Night... manteve a boa qualidade dos trabalhos do Queen. Dentre os destaques do álbum estão 'We are the Champions', que é de praxe, executada ao final de qualquer disputa de qualquer modalidade de seja-lá-o que for em que haja um vencendor; e 'We Will Rock You' que chegou a virar até tema de uma mega-produção de comercial de refrigerantes interpretado pelas pop stars Beyoncè, Britney Spears e Pink.
A capa do disco foi desenhada por Frank Kelly Freas, desenhista norte-americano conhecido na década de 50, principalmente, por suas publicações na revista Mad. Na seqüência vieram os álbuns Jazz (1978) e o primeiro disco ao vivo, Live Killers (1979).

Inicia-se a década de 80 e o Queen começa a mudar seu estilo musical. Em The Game (1980) a banda utiliza pela primeira vez sintetizadores na gravação de um disco e apresenta um flerte maior com a música pop. Ainda em 80, compõe a trilha sonora do filme Flash Gordon (direção de Mike Hodges) que é lançado em um álbum homônimo. A revista Q, especializada em música, elegeu a canção-tema do filme como um dos hits pop mais marcantes da história cinematográfica.

Excursionando pelo América da Sul, o Queen se apresenta pela primeira vez no Brasil em 1981, no estádio do Morumbi, em São Paulo. Foram dois dias de shows, vistos por mais de 350 mil pessoas, recorde de público para shows pagos na época. Paralelo ao Queen, seus  integrantes começaram a tocar projetos solo e Roger Taylor lança o disco Fun in Space (1981).

Com Hot Space (1982) o Queen ganhou status de fenômeno, pois já havia vendido mais de 1 milhão de cópias de oito discos diferentes. A faixa 'Under Pressure', que conta com a participação do respeitado David Bowie, alcançou as primeiras posições das paradas mundias, o que ajudou a impulsionar ainda mais a vendagem do álbum. Já em 1983 Brian May em parceria com outro guitarrista de peso, Eddie Van Halen,  lança Star Fleet Project.
Em 1984 é finalizado The Works  que chama a atenção pelo divertido clipe da música 'I Want to Break Free'. Mas nem tudo era uma mar de rosas para o Queen. A relação do grupo com a mídia começava a ficar tumultuada, depois de críticas negativas publicadas em revistas especializadas sobre os novos rumos musicais pelos quais a banda se aventurava: "Para a imprensa, se nós fazemos rock pesado estamos imitando o Led Zeppelin, se fazemos mais dançante estamos copiando os Beach Boys. Quem pode levar esses caras a sério?", indagou Freddie Mercury, rebatendo a imprensa.

 Freddie Mercury
Em 85 a banda retorna ao Brasil para a apresentação no Rock in Rio e arrasta uma multidão de 251 mil pessoas acabando por figurar no Guinnes Book como um dos maiores shows da história da música, na época. Logo após a festejada segunda passagem pelo Brasil, foi a vez do público do Live Aid, evento beneficente que ocorreu na Inglaterra em 85, conferir a performance do Queen. Este show, para muitos críticos musicais, foi um dos melhores de todos os tempos já registrados. Freddie chegou a lançar neste ano seu primeiro trabalho solo, Mr. Bad Guy, e no ano anterior Taylor havia lançado seu segundo projeto solo, Strange Frontier.

O próximo disco de estúdio do Queen foi A Kind of Magic (1986), que traz inclusive a música-tema do filme Highlander (1986, dirigido por Russell Mulcahy) 'Who Wants to Live Forever'. No entanto, o trabalho — mais pop que os últimos lançados — não agradou muita gente e não teve tanta repercussão, apesar da primeira posição do top na Inglaterra. Ao final do mesmo ano mais um trabalho ao vivo foi lançado, era Live Magic.

A produção da banda começa a cair de rendimento e os projetos solos começam a se tornar prioridade para o quarteto. John Deacon monta o grupo The Immortals para gravar a trilha sonora do filme Biggles (dirigido por John Hugues); Roger Taylor monta o The Cross, onde toca guitarra ao invés de bateria e Freddie Mercury grava em parceria com a soprano lírica Montserrat Caballé o disco Barcelona (1988).
Os dois últimos discos da banda, The Miracle (1989) e Innuendo (1991) são lançados de modo bem discreto. Mas o que acaba tomando conta dos jornais e emissoras de TV — e de um modo nada discreto — são os rumores sobre uma doença que acometera Mercury e possível razão pela qual a banda estava se afastando dos palcos. Em novembro de 1991 vem a confirmação brutal, por parte do próprio músico: "seguindo as especulações da imprensa, quero afirmar que sou soropositivo, portanto tenho AIDS. Achei correto manter isso em segredo, para manter minha privacidade e das pessoas que estão a minha volta. Espero contar com a colaboração de todos e que meus médicos lutem contra essa terrível doença". Mas para a tristeza geral, Freddie Mercury veio a falecer neste mesmo novembro de 91. Estava encerrado o ciclo do grandioso Queen.

Centenas de homenagens, tributos, singles beneficentes em prol do combate à AIDS foram lançados em lembrança a Freddie. Inúmeras bandas que não se aproximavam em nada do som do Queen, tais como Mettalica, Nine Inch Nails e outras, além de artistas solo fizeram versões das músicas de Freddie Mercury e companhia. Restaram alguns resquícios do quarteto, como os discos de Roger Taylor e Bryan May lançados no decorrer da década de 90, no entanto o sucesso do Queen ainda fala muito mais alto.
A AIDS não tirou apenas a vida de um dos maiores artistas do mundo, mas a alma de uma banda que jamais será esquecida.


Por Leonardo Cássio

Nota: Este Blog não tem nem um fins lucrativo, e todo seu conteúdo esta hospedado no site da Antena1http://www.antena1.com.br.

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